Caros leitores e alunos do Curso Italiano na Prática.
Este espaço será utilizado para a divulgação do patrimônio cultural italiano, sobretudo da Região de Emilia-Romagna, que está presente no Brasil através de 6 Associações de italianos e descendentes daquela região (Associação Emiliano-Romagnola Bandeirante de Salto-Itu, Associação Cultural Emilia-Romagna do Rio de Janeiro, Associação Emilia-Romagna do Rio Grande Do Sul, Associação Vittorio Emanuele II de Porto Real – RJ, Associacao Cultural Emilia-Romagna da Zona da Mata – Ubá – MG e Circolo Emilia Romagna de São Paulo).
Os artigos que serão produzidos têm o objetivo de incrementar o conhecimento da cultura do país dos nossos nonni e bisnonni, que tanto contribuíram para o desenvolvimento da nossa cidade, do nosso estado e do nosso país.
Serão artigos relacionado a diversos temas: política, história, gastronomia, turismo, cinema, literatura, música etc…
Esperamos contar com a apreciação dos leitores e de sugestões para os nossos temas.
Hoje entendemos importante falar um pouco sobre a Itália sob o aspecto geopolítico.
A Itália é um país com área territorial de aproximadamente 301.000 m2 e uma população de cerca de 59.641.488 de habitantes.
É uma república parlamentarista. O Presidente da República é eleito pelo Parlamento (Câmara dos Deputados e Senado) e por três representantes de cada região eleitos pela Assembleia Legislativa das Regiões.
O atual Presidente é Sergio Mattarella (desde 2015). O Presidente desempenha as funções de chefe de Estado, representando a unidade nacional. O governo, porém, é exercido pelo Presidente do Conselho de Ministros (ou Primeiro Ministro) e pelos ministros. O Presidente do Conselho de Ministros é escolhido pelo Presidente da República e deve ser aprovado pela Câmara dos Deputados e Senado. O atual Primeiro Ministro é Mário Draghi (desde fevereiro de 2021).
A Câmara dos Deputados é constituída por 630 deputados, dentre eles estão previstas 12 cadeiras para os representantes dos italianos residentes no exterior. A distribuição destas 12 cadeiras dentre os continentes, já foi regulamentada a América latina tem 5 representantes no parlamento. O Senado da República é composto por 315 senadores, 6 dos quais são eleitos pelas circunscrições do exterior.
Embora não seja uma federação, a Itália é dividida em regiões, que por sua vez são divididas em Províncias e Comunes.
As regiões italianas em número de 20: Piemonte; Valle d’Aosta; Lombardia; Trentino-Alto Adige; Veneto; Friuli-Venezia Giulia; Liguria; Emilia-Romagna; Toscana; Umbria; Marche; Lazio; Abruzzo; Molise; Campania; Puglia; Basilicata; Calabria; Sicilia; Sardegna.
As regiões de Friuli-Venezia Giulia, Sardegna, Sicília, Trentino-Alto Adige dispõe de forma especial de autonomia tendo em vista as suas particularidades, principalmente relacionadas a sua localização, regiões de fronteira com outros países, onde podem coexistir dois idiomas.
São órgãos da região: o Conselho Regional (Assembleia Legislativa), a Junta (Secretariado) e o Presidente da Junta (Governador). O Presidente da Junta Regional e os Conselheiros Regionais (Deputados Estaduais) são eleitos pelos votos dos cidadãos italianos inscritos na região. Os integrantes da Junta são nomeados pelo seu Presidente.
A composição do Poder Executivo e Legislativo das Comunas (Comune em italiano é masculino) é semelhante. Temos o Sindaco como chefe do executivo nas Comunes. O legislativo por sua vez é composto pelos Conselheiros Comunais (vereadores). Todos eleitos pelo voto dos cidadãos inscritos na Anagrafe (Cartório Civil) da Comune.
Até 2016 as Províncias tinham seu órgão Executivo e Legislativo, porém em virtude de reforma legislativa foram abolidos. Hoje com reduzidos poderes e encargos administrativos são geridas por um Conselho Provincial com Presidente e assessores, que exercem a função de forma voluntária.
A EMILIA-ROMAGNA
A Emilia-Romagna é uma das regiões da Itália que se localiza ao norte possuindo cerca de 4.459.866 habitantes, tem como capital Bolonha.
Essa região é composta da união de duas regiões históricas: a Emilia, que compreende as províncias de Placência, Parma, Reggio, Módena, Ferrara e parte da província de Bolonha, e a Romanha, com as restantes províncias de Ravena, Rimini, Forlì-Cesena e a parte oriental da província de Bolonha. A Romanha histórica compreende também territórios do Marche, da Toscana e da República de San Marino.
O nome Emilia vem da antiga estrada romana a Via Aemilia, construída em 187 a.C. pelo Cônsul romano Marco Emílio Lépido, para ligar Rimini na costa do Adriático à cidade militar de Piacenza. A maioria das principais cidades da Emilia-Romagna estão situadas ao longo dessa antiga estrada romana.
O nome Romagna representa o território que no século VI d.C, mesmo após a queda de Roma com a invasão pelos lombardos, ficou ainda pertencendo ao Império Romano do Oriente. A Romagna ou România foi a única área do antigo império romano que sobreviveu a queda de Roma formando o Esarcato d’Italia (uma circunscrição do Império Bizantino) com Ravenna como sua capital (também considerada a Capital do Império Romano do Ocidente).
Antes dos romanos, os etruscos haviam governado a região. Sua capital era Felsina, situada na atual Bologna. Após a queda de Roma, o centro da região passou a ser Ravenna, que se tornou uma importante peça do Império Bizantino. Durante a Idade Média, peregrinos a caminho de Roma, continuaram usando a Via Aemilia.
Entretanto, o poder político passou para as mãos de influentes famílias nobres: os Malatesta em Rimini, os Bentivoglio em Bologna, os d’Este em Ferrara e Modena e os Farnese em Parma e Piacenza. Grandes cortes cresceram ao redor destas famílias, atraindo poetas, como Dante e Ariosto, pintores, escultores e arquitetos. Muitas de suas obras ainda adornam os centros medievais destas cidades
A Emilia-Romagna é o coração do Centro da Itália. Forma um amplo corredor através das colinas e planícies do Vale do Rio Pó, indicando a divisão entre o Norte frio dos Alpes e o Sul quente do Mediterrâneo. Com rica agricultura, cidades históricas importantes e indústrias florescentes, é uma das regiões mais prósperas e de melhor qualidade de vida da Itália.
A moderna Emilia-Romagna, formada pela união de diferentes Estados papais em 1860, teve suas fronteiras atuais estabelecidas em 1946. A Emilia, metade ocidental da região, é tradicionalmente associada ao Norte e uma tendência política de esquerda. A Romagna, com capital em Ravenna, sempre se inspirou no Sul para definir seu perfil artístico, cultural e político. Toda a região tem fama de grande centro gastronômico.
Há muito tempo a agricultura é prospera nas margens do rio Pó, o que rendeu à Pianura Padana (planície do Pó) os apelidos de cesta de pães e cesta de frutas da Itália. A criação suína também continua intensa em muitas áreas, e alguns dos produtos básicos italianos mais comuns, como o presunto de Parma (Prosciutto di Parma) e o queijo parmesão (Parmigiano Reggiano) – são produzidos na região emiliana, sob forte controle de qualidade.
Come-se bem em toda a Itália. Mas deve existir um motivo para que a Emília Romagna, com 33 produtos com o certificado de Denominação de Origem Protegida – DOP e Indicação Geográfica Protegida – IGP, tenha o maior índice de marcas europeias de qualidade na Itália. Simples: ali se come melhor.
Assim, se o turismo enogastronômico é a última paixão dos italianos, as cidades desta região conquistaram este turista hedonista. Como? Com as 13 estradas dos vinhos e dos sabores: mais de 400 paradas interessantes e atraentes entre adegas, casas de fabricação de vinagres, azeites, massas, queijos e manteigas, tratorias, vendas de produtos caseiros.
A região também é famosa por abrigar alguns dos mais famosos produtores de carros e motocicletas de Itália entre os quais, Ferrari, Lamborghini, Pagani, Maserati e Ducati possuem fábricas nesta região, sendo que alguns deles contam com museus, lojas e cafés ligados à marca.
A Itália e a Emilia-Romagna são fascinantes, não é mesmo?
Se você pretende visitar a Itália em breve e desfrutar das riquezas da Emilia-Romagna, não se esqueça de conferir nosso artigo sobre os requisitos para o ingresso de brasileiros na Itália durante a pandemia de covid-19.
Uma resposta
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